Por mais que mudemos, há coisas que nunca devemos deixar que morram em nós, que se alterem. Afinal, se não nos mantivermos vivos, alguém o fará por nós? Temos de ter força, temos de ser fortes nos momentos em que acreditamos que toda a nossa garra se dissipou, naqueles momentos em que todas as nossas fraquezas aparecem para nos dizer o olá mais sofrido que conseguimos sentir. Ter ambição nas alturas em que parece impossível chegar a lado algum. Ser crente em alguma coisa, ser crente em alguma coisa depois disto. Depois de tudo isto... Não podemos perder-nos. A vida, em si própria, é já uma perdição, mas cabe-nos a nós escolher o nosso caminho. E as nossas ações tem repercussões tão grandes no nosso futuro! Não podemos deixar que a vida passe por nós. Temos de a viver intensamente, como quem acredita que a lua pode iluminar o dia e o sol aquecer a noite. Sonhar. Sonhar, porque o sonho comanda a vida. Ter esperança. Fé. A fé que nos falta a tantos de nós e que só nos momentos bons parece pertencer-nos. Sei lá... Não podemos deixar que aquilo que temos dentro de nós se extinga assim, sem luta, sem que tentemos levantar-nos outra vez. E quantas vezes forem necessárias até ficarmos de pé. Temos de ser nós a levantarmo-nos de manhã. Temos de ser nós a empenharmo-nos naquilo que queremos. Por mais que nos ajudem, temos de ser os nossos maiores amigos. Se não virmos em nós futuro, evolução, amor... Como poderemos ver à nossa volta? Como poderemos acreditar que virão dias melhores e que nada acabou, se deixamos que dentro de nós a vida seja vista de forma tão passiva, tão sozinha, tão só nossa? Viver implica lutar. É premente lutarmos por nós próprios. Mesmo quando uma parte de nós morreu, mesmo quando sentimos um bocadinho daquilo que somos a abandonar-nos. Não podemos sentir que esse abandono tenha sido um verdadeiro adeus para sempre. Se nos tivermos de alimentar com recordações, alimentar-nos-emos. Se tivermos de acreditar no regresso, acreditemos. Não podemos ter pena de nós próprios, não podemos acreditar que, caso demos só mais um passo, a queda num abismo sem fim é irreversível... Vamos ter tantos passos para dar, tantos caminhos para percorrer. E sempre que estiverem quase para desistir, sempre que acharem que estão quase no fim pensem em tudo aquilo que ainda poderão caminhar. E como tantas vezes o caminho é mais importante que a chegada. E como tantas vezes ainda há, principalmente quando não acreditamos, algo em nós que quer sair cá para fora, e que é feliz, e que ama, e que acredita que a vida é para ser vivida. Deixem de viver a vida com medo que ela não sorria para vós, que ela não seja justa. Ela nunca será totalmente justa... A justiça é tão relativa. Como podermos nós desistir sabendo que nem todos tiveram a oportunidade de escolher? Não há um passo que nos deixe cair no fim... Há uma caminhada que nos pode levar a um novo começo: cada um tem de encontrar, dentro de si, a parte mais viva e, mais importante que tudo, que mais quer viver... E deixá-la, porque a vida é para quem a VIVE.
Uma verdadeira lição de vida! Não devemos desistir nunca! As tuas palavras são muito sábias!
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