quarta-feira, 4 de junho de 2014

"Se tivermos de acreditar no regresso, acreditemos."

Por mais que mudemos, há coisas que nunca devemos deixar que morram em nós, que se alterem. Afinal, se não nos mantivermos vivos, alguém o fará por nós? Temos de ter força, temos de ser fortes nos momentos em que acreditamos que toda a nossa garra se dissipou, naqueles momentos em que todas as nossas fraquezas aparecem para nos dizer o olá mais sofrido que conseguimos sentir. Ter ambição nas alturas em que parece impossível chegar a lado algum. Ser crente em alguma coisa, ser crente em alguma coisa depois disto. Depois de tudo isto... Não podemos perder-nos. A vida, em si própria, é já uma perdição, mas cabe-nos a nós escolher o nosso caminho. E as nossas ações tem repercussões tão grandes no nosso futuro! Não podemos deixar que a vida passe por nós. Temos de a viver intensamente, como quem acredita que a lua pode iluminar o dia e o sol aquecer a noite. Sonhar. Sonhar, porque o sonho comanda a vida. Ter esperança. Fé. A fé que nos falta a tantos de nós e que só nos momentos bons parece pertencer-nos. Sei lá... Não podemos deixar que aquilo que temos dentro de nós se extinga assim, sem luta, sem que tentemos levantar-nos outra vez. E quantas vezes forem necessárias até ficarmos de pé. Temos de ser nós a levantarmo-nos de manhã. Temos de ser nós a empenharmo-nos naquilo que queremos. Por mais que nos ajudem, temos de ser os nossos maiores amigos. Se não virmos em nós futuro, evolução, amor... Como poderemos ver à nossa volta? Como poderemos acreditar que virão dias melhores e que nada acabou, se deixamos que dentro de nós a vida seja vista de forma tão passiva, tão sozinha, tão só nossa? Viver implica lutar. É premente lutarmos por nós próprios. Mesmo quando uma parte de nós morreu, mesmo quando sentimos um bocadinho daquilo que somos a abandonar-nos. Não podemos sentir que esse abandono tenha sido um verdadeiro adeus para sempre. Se nos tivermos de alimentar com recordações, alimentar-nos-emos. Se tivermos de acreditar no regresso, acreditemos. Não podemos ter pena de nós próprios, não podemos acreditar que, caso demos só mais um passo, a queda num abismo sem fim é irreversível... Vamos ter tantos passos para dar, tantos caminhos para percorrer. E sempre que estiverem quase para desistir, sempre que acharem que estão quase no fim pensem em tudo aquilo que ainda poderão caminhar. E como tantas vezes o caminho é mais importante que a chegada. E como tantas vezes ainda há, principalmente quando não acreditamos, algo em nós que quer sair cá para fora, e que é feliz, e que ama, e que acredita que a vida é para ser vivida. Deixem de viver a vida com medo que ela não sorria para vós, que ela não seja justa. Ela nunca será totalmente justa... A justiça é tão relativa. Como podermos nós desistir sabendo que nem todos tiveram a oportunidade de escolher? Não há um passo que nos deixe cair no fim... Há uma caminhada que nos pode levar a um novo começo: cada um tem de encontrar, dentro de si, a parte mais viva e, mais importante que tudo, que mais quer viver... E deixá-la, porque a vida é para quem a VIVE.




1 comentário:

  1. Uma verdadeira lição de vida! Não devemos desistir nunca! As tuas palavras são muito sábias!

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