quarta-feira, 4 de maio de 2022

Uma lista de podcasts para ouvirem (se assim o entenderem!)

            Passo muitas horas sozinha a trabalhar, outras tantas a rabiscar textos, excertos de livros e sinopses que não sei se vou ter a mestria de executar, e o equivalente a duas horas, mais coisa menos coisa, nas tarefas domésticas ou no trânsito. Há cerca de três anos descobri o mundo dos podcasts, e desde aí escolhi aproveitar o tempo que requer menos da minha concentração a ouvir quem se expõe para partilhar o que lhe apraz.

               Segundo alguns dos meus amigos, sou viciada em estar com os fones nos ouvidos, mas o que alguns deles não sabem é que poucas dessas vezes estou a ouvir música. Assim sendo, e porque acredito que esta forma de comunicar é o futuro numa vida cada vez mais atarefada, e com menos tempo para estar a olhar para um ecrã, partilho o que compõe a minha lista da Apple Podcasts.

               Oiço muitos podcasts de entretenimento e/ou de humor: entre eles, o Ask.tm (do Pedro Teixeira da Mota), o Ar Livre (do Salvador Martinha), o Doce da Casa (do Alexandre Guimarães e do Rúben Vale), o Fora da Lei (do Tiago Almeida), o Extremamente Desagradável (da Joana Marques, da Inês Gonçalves e da Ana Galvão), o Terapia de Casal (da Rita da Nova e do Guilherme Fonseca) e o Bate Pé (da Mafalda Castro e do Rui Simões). Pela periodicidade semanal, sinto-me tão enturmada nas suas vidas e cabeças, que chega a ser engraçada a ideia de os encontrar na rua e não os ir beijar e perguntar se já há desenvolvimentos relativamente àquele tema ou se já mudaram de opinião quanto às coisas com as quais discordei ou apenas me ri desalmadamente em casa, pela absurdez ou genialidade.

               Também oiço outro género de podcasts (a maioria deles em conjunto com o Miguel, para comentarmos e debatermos as temáticas que nos despertam mais interesse). Destaco dois, que se debruçam sobre política: o Eixo do Mal (com a Clara Ferreira Alves, o Daniel Oliveira, o Luís Pedro Nunes e o Pedro Marques Lopes) e o Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer (com o Carlos Vaz Marques, o João Miguel Tavares, o Pedro Mexia e o Ricardo Araújo Pereira). A pluralidade de ideias e a presença de quadrantes políticos opostos permite-me não só estar a par da atualidade, como perspetivá-la aos olhos de pessoas com ideologias com as quais me identifico mais e outras menos (e isso devia ser obrigatório para não nos tornarmos naquelas pessoas que nem querem saber da opinião dos outros por considerarem que aquilo que dizem não é uma opinião, mas sim a verdade: não o façam, é tolo!).

               Depois existem aqueles podcasts, ou diria eu, apelidando-os sem a preocupação de cumprir determinado número de caracteres, “os que nos fazem conhecer pessoas, realidades e adquirir gratuitamente conhecimento”, como A Minha Geração (da Diana Duarte) e o Deixar o Mundo Melhor (do Francisco Pinto Balsemão). O primeiro com a minha geração (literalmente) e o segundo com pessoas da geração dos meus avós. Ambos trazem inspiração, conhecimento e voz (a quem já a teve e teria sempre, como o Durão Barroso; mas também a quem mais dificilmente a teria num meio tradicional português, como a Inês Relvas).

               Se, como eu, gostarem muito de ler, não podem deixar de ouvir o Livra-te (da Rita da Nova, já repetente neste texto, e da Joana da Silva) e o Vale A pena (da Mariana Alvim).

             Menciono ainda A Minha Caravana (da Rita Ferro Alvim), o Na Minha Sepultura (do Nelson Nunes) e, como não poderia deixar de ser, o Fumaça (oiçam a entrevista ao Miguel Duarte sobre o resgate no Mar Mediterrâneo).

               Esta coisa de nos falarem ao ouvido tem muito que se diga: cria-se uma ligação indescritível e incomparável com a que teríamos se os estivéssemos a ver na televisão.

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