domingo, 29 de setembro de 2013

Ser um bocadinho de paz...

Sou o futuro da sociedade. Eu, os meus colegas e amigos somos o futuro da sociedade. Somos nós que, daqui a uns anos, faremos as leis, e que, conscientemente, optaremos por cumpri-las ou não. Somos nós que ocuparemos os empregos dos nossos avós e dos nossos pais, que, graças ao tempo, partirão, deixando-nos a missão de fazermos do nosso mundo um sítio onde queremos viver.
Seremos nós os polícias, os professores, os advogados, os médicos, os políticos, os juízes, os arquitetos (…) Caber-nos-á a nós tomar decisões e mudar o rumo da história. Quando esta altura chegar, já não podemos culpar quem está acima de nós, quem pode realmente fazer algo… Porque esses, esses seremos nós.
Não teremos ninguém em quem pôr as culpas, e isso trar-nos-á não só mais responsabilidade, como maior autonomia. Todos nós devíamos pensar nisto. No facto de estarmos a crescer, a tornar-nos cidadãos presentes, quase eleitores, quase independentes. No facto de, daqui a uns anos, sermos nós os agentes, e não os sofridos. Se houver guerra, somos nós quem vai para a batalha. Se houver fome, somos nós que devemos dar que comer a quem não tem, por mais pouco que guardemos para nós. Se houver mortes, somos nós que vamos enterrar os corpos, e somos nós que vamos ter que explicar às crianças para onde partirão quem elas já não veem.
Crescer é, sem dúvida, um desafio. Sentir que somos o futuro, a esperança, é algo que nos devia pesar nos ombros todos os dias, cada vez que tomamos uma atitude que prejudica alguém, que nos prejudica a nós. Cada vez que criamos guerra, cada vez que acabamos com a paz (…) Mesmo que seja só na nossa casa, mesmo que seja só na nossa escola…
Vocês pensam que as grandes guerras não começaram só com vinte soldados de cada lado? Estão enganados. Tal como o desespero, a indignação e o sufoco, também o sentimento de revolta cresce quando estamos rodeados de pessoas cujas almas não estão tranquilas.
A paz é uma coisa fantástica, e nós não a valorizamos tanto quanto devíamos porque, para sermos sinceros, todos sabemos que nunca estivemos em guerra. Pelo menos numa tão grande que tenha feito história. Claro que todos nós já sofremos, e claro que cada um de nós, nem que seja por um segundo, já sentiu não estar em paz, e, pior que isso, já sentiu ter acabado com a paz de alguém. Pode ter sido um pequeno gesto, uma palavra sussurrada. Se tiver sido o suficiente para acabar a paz, então é repreensível.
A paz é, sem dúvida, um estado de espírito, um estado da alma, um estado de um povo. É algo indispensável, e que, na sua ausência, traz tristeza, dor, morte (…)
Cabe a cada um de nós fazer a paz, ser um bocadinho de paz. Como disse no início, somos nós o futuro, somos nós o amanhã. O mundo precisa de pessoas civilizadas, de cidadãos preocupados. Precisa de calma, de ponderação e de atitude. Precisa de mim, de ti e de quem está ao teu lado. Precisa das tuas ideias, das tuas soluções. Precisa que eduques a tua família para esta temática tão importante como é a da paz.
O mundo precisa de todos nós. Precisa de tréguas, de pombas brancas. De balões a desenharem o céu. Precisa de ouvir pedidos de desculpa, precisa de ouvir palavras de apoio. Precisa de sentir que há interesse nele próprio e que todos queremos que ele esteja em paz.

Cabe-me a mim, a ti e a quem está ao nosso lado. Manter a paz, construí-la. Mesmo que por breves minutos, mesmo que em pequenos espaços. Todos juntos, em cada canto, poderemos construir um bocadinho aquilo que, mais tarde, dará um mundo onde também queremos que os nossos filhos vivam. Um mundo em paz.                             




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