Parece tão certo, tão seguro que ele fique connosco para sempre... Conseguimos imaginá-lo tão bem... Vemo-nos tantas vezes a crescer, a crescer junto dele. Vemo-nos tantas vezes a sorrir, e a sorrir para ele. Vemo-nos tantas vezes a passear, a passear de mão dada com a dele. Daqui a um ano, daqui a uma década. Conseguimos visualizá-lo tão bem. E como está ele crescido. Como o seu olhar continua confiante, como as suas mãos continuam quentes e como o seu colo continua a ser o local mais seguro do mundo...
Eu consigo vê-lo tão bem. Nem preciso de fechar os olhos. Basta-me um segundo, e toda a nossa vida em conjunto se desenrola diante da minha cabeça e do meu coração. Vejo-nos a concretizar todos os nossos sonhos, vejo-nos a chorarmos juntos por todos aqueles que não conseguimos realizar. Vejo-nos, inclusive, a fazer as coisas mais simples, a que nunca tinha dado valor, como cozinhar ou regar o jardim... Juntos. No futuro. Parece-me tudo tão certo, tão claro.
Lavo a cara, espero que as lágrimas se confundam com toda a água que inunda os meus olhos. Conseguia prever tudo, conseguia desenhar tudo. Tudo, menos a tua partida... Tu fazias parte do meu futuro. Tu eras um bocadinho do meu futuro. Nunca imaginara que poderias ir embora e, agora que foste, não consegui dizer-te mais que um adeus soluçado.
Gostava de ter sabido que irias partir, e ter aproveitado todos os segundos ao máximo desde o primeiro. Talvez assim a saudade fosse menor, talvez assim a dor fosse mais pequena.
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