quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Ao sabor do vento...

As folhas são levadas pelo vento, vão ao seu sabor. Ora devagar, como se voassem, ora muito depressa e de forma desorganizada, como uma melodia com as notas erradas. Navegam pelos mares e pelo ar, são pisadas, rasgadas e comidas pelos animais, mas não é por isso que desistem. Na Primavera estão seguras, e começam a nascer de uma forma envergonhada e espontânea, de uma forma que não nos apercebemos ou sequer damos valor; não são flores que possamos levar para casa, para enfeitar a sala, e muito menos frutos... Estão ali, porque sim, porque sei lá. Mas no Inverno as chuvas molham-nas, as nuvens pairam sobre as árvores e o sol que precisam está escondido. Então elas próprias decidem ir-se embora. Ganham impulso, desprendem-se, deixam quem tiverem que deixar para trás e procuram um caminho, um novo rumo. É verdade que muitas ficam no chão, é verdade que muitas formam aqueles montes onde é tão divertido rebolar no Outuno, mas... E aquelas que continuam a voar? Aquelas que perseguem céu acima quando faz mais vento, aquelas que parecem ter vida própria e, apesar de não puderem escolher exactamente o seu destino, procuram um local mais propício para se encostarem? Independentemente de virem a ser pisadas mais tarde, de não servirem para nada e de ninguém olhar para elas...
A viagem não valerá apena?

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