terça-feira, 26 de julho de 2011

Respira fundo

O meu telemóvel vibra na mesa de madeira e dá alerta que alguém me tenta contactar. Olho para o ecrã do mesmo e por momentos a minha respiração fica cortada por um medo gigante e ao mesmo tempo por uma excitação que transbordava nos meus olhos. Hesito em atender, hesito em passar os meus dedos que tantas vezes estiveram entrelaçados com os dele, no telemóvel. E não o faço. Fico a olhar para o infinito, fico a olhar para o horizonte que naqueles segundos se erguia à minha frente. Questiono-me o que quereria, o porquê de me ligar depois de tantos meses de silêncio e temo-o. Temo que me vá magoar, temo que se atendesse, ele me dissesse o que não queria ouvir.
Por isso, não atendo. Faço com que a vibração do meu telemóvel se torne a minha música de embalar e adormeço a pensar em todos os motivos que me fizeram hesitar, que me fizeram querer atender e ao mesmo tento rejeitar.
Durante o meu sono, os pensamentos assombram-me e acordo sem ar, com o coração aos saltos e com a boca tão seca que me assustei. Depois percebi que não valia apena... Então, levantei-me, bebi um copo de água e com os pensamentos desligados, dormi sob a esperança de que naquela noite, já não iria pensar nele.
Respiro fundo e embalada no vazio da noite, caiu sobre uma cama feita ao promenor.

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