terça-feira, 14 de outubro de 2014

"Quando tu me amas a mim (...)"

Cada vez que olho para ti vejo-me melhor do que aquilo que sou. Imagino-me mais forte, mais segura de mim mesma, mais confiante daquilo que consigo. Daquilo que consigo ao teu lado. Aliás, daquilo que só consigo contigo a meu lado. Dizem que quando amamos muito uma pessoa, não somos egoístas, que a amamos por aquilo que ela é, que desejamos ficar com ela, para sempre, para a ver crescer, para crescer com ela. Afirmam que, quando gostamos realmente de estar com alguém, é porque essa pessoa, à sua maneira, é da nossa maneira. É alguém que, caso gostemos de nos rir, nos proporciona gargalhadas inesquecíveis. É alguém que, caso adoremos falar, nos deixa a pensar na eloquência das suas palavras e faz com que estas ecoem na nossa cabeça de uma forma inexplicável. Dizem que quando amamos alguém, amamos essa pessoa separadamente de tudo o resto, e que este amor, quando é verdadeiro, quando é duradouro, supera tudo aquilo que sobra. Que se sobrepõe a todas as outras coisas, que se distingue pela sua vivacidade, pela sua honestidade e pela simplicidade, porque quando amamos alguém parece que temos o dom de tornar tudo mais claro, tudo mais nosso. Concordo, não posso deixar de concordar com tudo o que dizem. Amar uma pessoa é, definitivamente, amar tudo aquilo que ela é ou, pelo menos. uma maioria tão grande que nos faz esquecer aquilo de que menos gostamos.
Mas o meu caso é outro, Eu amo-te, mas amo, simultaneamente, quem sou contigo, como sou contigo. Amo a forma como consegues pôr-me a sorrir e amo conseguir arrancar-te aquele sentido de dever cumprido ao veres que expulsaste a tristeza que habitava em mim. Amo a maneira como me esforço para ser melhor ao teu lado, de como gosto de te surpreender, de como tento ser forte para te orgulhar. Amo tudo isso em mim, quando tu me amas a mim. Quando me deito ao teu lado e não tenho receio de fechar os olhos, porque sei que jamais irás embora. Ver-te é ver-me mais feliz, mais sincera, mais vulnerável, mas, mesmo assim, e ao contrário do que poderia parecer provável, mais forte, mais "pronta para tudo". Não sei se sou egoísta ao querer-te comigo por sentir que sou melhor ao teu lado, e desculpa-me se, de algum modo, te desiludido por amar assim. Gostava que me percebesses, e que tentasses ajudar-me a ser cada vez maior. Sei que não sou fácil, e não imaginas como a saudade me tem transformado. Vejo-me tanto em ti que, por vezes, desejo ser como tu. Admiro a forma como me amas, e como em ti não existe pretensões, ambição ou egoísmo. Amas-me só por amar. Talvez também te devesse amar assim.

 



2 comentários:

  1. Tens estado ausente, não quero saber o porquê, são coisas tuas, espero que voltes a publicar. Somos teus fãs!
    Soube recentemente da morte do teu pai, espero que tu e a tua família estejam bem. Não sei o que é perder um parente para a morte, mas sei o que é perder uma mãe para outra pessas.
    Um beijinho e sê forte!!

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