domingo, 29 de dezembro de 2013

"Vivam porque esta é a vossa oportunidade..."

Já pensaste como seria se tivesses uma bomba-relógio dentro de ti? Se soubesses que apenas tinhas três dias, três dias para ser feliz, três dias para marcar a diferença, três dias que definir-te-iam para o resto da vida na memória de todas as outras pessoas? Que farias? Que loucuras cometerias? Deixar-te-ias ficar em casa, a chorar, a pedir para que os três dias que te restavam se prolongassem ou irias para a rua e fazias tudo aquilo porque sempre ansiaste mas pelo qual nunca lutaste por medo? Se soubesses que tinhas unicamente três dias para viver... Vivias?
O medo domina-nos. A vergonha domina-nos. Falta-nos atitude, falta-nos coragem. De nos distinguirmos, de mostrarmos o que somos. Falta-nos sensibilidade e falta-nos um bocadinho até de discernimento, que tantas vezes nos leva a tomar decisões erradas. Devíamos planear menos, ser mais espontâneos. Falo por mim, que sempre planeio tudo, que traço objetivos, que quero cumprir metas. Onde penso que posso chegar? Até onde acredito ter tempo para concretizar todos os meus sonhos? Devíamos deixar de fazer planos a longo prazo, promessas para amanhã. Nós não temos certezas de que haja um amanhã, e porquê esperar pelo dia seguinte se temos o de hoje? Não vos digo para serem inconsequentes, para ultrapassarem limites, para serem irresponsáveis pensando apenas no agora. Sugiro-vos que pensem no hoje, que aproveitem o hoje, que vivam para o hoje. Que amem loucamente, porque uma vida sem amor, é vivida de forma egoísta. Não têm que beijar, não têm que fazer juras que, decerto, nunca cumpririam se não soubessem quanto tempo vos restava, basta serem amigos. Basta desfrutarem dos pequenos momentos da vida e torná-los os maiores que a vossa alma consiga carregar. Basta serem livres e terem o espírito livre, a alma livre, o corpo livre. O corpo livre para irem e voltarem quando quiserem, para viajarem, porque viajar dá-nos vida, faz-nos conhecer vidas e, viver sem conhecer, sem visitar, sem tentar perceber, é uma vida desligada, tão desligada que nem parece ser vida. O espírito livre para se poderem emocionar, para poderem gritar, para poderem ser vós mesmos. Ninguém é perfeito e, pior que isso, nenhum de nós luta verdadeiramente pela perfeição. Fazemos e somos aquilo por que lutamos, conseguimos aquilo por que lutamos, temos o que temos porque assim o merecemos. A vida, tal como já disse imensas vezes, é uma luta incessante. Se é justa? Muitas das vezes, não. A bomba-relógio que está dentro de nós é má, é furiosa, é impaciente. Às vezes só pedíamos mais um dia, mais uma oportunidade e ela "zás", acaba connosco! Leva-nos para um lugar que nenhum de nós conhece, sobre o qual nenhum de nós pode fazer mais que breves suposições e deixa cá o nosso corpo, para que este seja chorado, seja abraçado, por vezes até interrogado. E, enquanto o nosso espírito está longe, há quem fique e "desperdice" os seus dias a chorar por nós, a pedir por nós. Esquecem-se de que também chegará a vez deles, que, um a um, todos nós encontrar-nos-emos e que aí sim, não há tempo para desperdiçar, não há tempo para aproveitar.
Vivam! Vivam mesmo quando as coisas correm mal, vivam mesmo quando perdem, quando se sentem tristes... Vivam porque esta é a vossa oportunidade, a vossa vez! Vivam sem pensar no próximo ano, no próximo século. Vivam a pensar a curto prazo, a concretizar a curto prazo! Não vos digo que deixem de ter expetativas, que vivam o dia de hoje com medo que seja o último, mas que tentem aproveitar todos os dias, porque um dia, é um dia... E como o de hoje, pode não haver mais.


 

7 comentários:

  1. Viver é uma arte, sem dúvida.

    Um excelente 2014!

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  2. Sem dúvida, viver não custa, o que custa é saber viver. «Carpe diem!» Desejo-te um ano de 2014 pelo de sucesso! Um beijinho!

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  3. Obrigada pelas tuas palavras, fizeram-me refletir :)
    Bom ano :)

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  4. Se só vive-se mais 3 dias? Talvez seguisse o que disseste. Vivia, vivia os 3 dias cada um como se fosse o ultimo, Mas também tentava encontrar pessoas a quem devo um pedido de desculpa e pedia.
    Fazer planos não é mau, eu também os faço, mas devemos encarar como objetivos e enquanto não os alcançamos, vamos vivendo ao máximo o que temos pensando sempre que pode ser o ultimo. No fundo, tudo se resume a como queremos ser lembrados. Como preguiçosos que sabendo dos últimos dias nos lamentamos em casa esperando salvação que não chega ou como os que viveram?
    Gostei do teu texto :)
    Bom 2014 :)

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    1. Desculpa só responder agora! Obrigada pelas tuas palavras! Um beijinho e bom 2014!

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