domingo, 30 de dezembro de 2012

2012

Adeus. Vai-te embora. Leva contigo tudo o que de mal aconteceu, seca-me todas as lágrimas, sara-me todas as feridas, e refaz tudo o que destruíste antes de partires. Vai-te embora sem olhar para trás. Não tenhas medo que te esqueça, que tenhas sido só mais um, porque nunca, mas mesmo nunca, podes pôr em causa o que foste. Vai-te embora de cabeça erguida, com o coração preenchido de memórias e pessoas inesquecíveis. Ouve todos os agradecimentos que te devo, vê todos os meus sorrisos, repara no brilho do meu olhar. Foste incrível. Foste como nunca tinha alguma vez sido um ano. Deste-me motivos para ser tão feliz... Entregaste-me pessoas maravilhosas, guiaste-me por caminhos exuberantes, mostraste-me lugares espantosos. Foste um amigo, e, mais que tudo, um conselheiro. Nem tudo correu como queria, como queríamos, mas... Amanhã começa um novo ano. Há tanto ainda por ver, por tentar. Só te posso pedir desculpa pelos dias que desperdicei fechada em mim própria e pela quantidade de vezes em que esqueci o Sol que lá fora radiava e me perdi por entre os meus pensamentos de um passado já longínquo. Desculpa-me por isso, e abraça-me antes de partires. Dá-me um abraço forte, que compense todos aqueles momentos que, durante este ano, me senti desamparada. E beija-me a testa: em sinal de respeito, em sinal de amor. Dá-me a mão e deixa-me que toque nos teus dedos, um por um, e te faça sentires que nunca, mas nunca, esquecerei a sensação tátil que é tocar o intocável. E que sempre, mas sempre, te lembres que, mesmo que surjam anos e anos, que apareçam sem mais nem porquês ao final de, mais ou menos, trezentos e sessenta e cinco dias, tu serás sempre o dois mil e doze. O ano em que fui tão feliz. 
Que venha dois mil e treze. E que, com ele, as boas memórias do ano já então passado, me possuam a mente nos momentos mais difíceis e me incentivem a lutar, porque, ao fim e ao cabo... Existirá sempre o ano seguinte.


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