Era um riso
nervoso, mas pelo menos conseguira mostrar que continuava ali… As pessoas
entreolharam-se, como se procurassem na cara de uns dos outros uma resposta ao
enigma tão ambíguo que parecia ter contagiado o ar daquela sala, que agora
parecia ter ganho vida, pondo papeis no chão, espalhados como se tivessem
adquirido vontade própria. Íris permanecia em pé e, graças àquele pequenino som
que saíra por entre dentes, assim como que uma luz numa janela entreaberta,
João falara e, desta vez, dissera-lhe tudo, depois de enrugar a testa e deixar
escapar uma lágrima culpada.
Pedira desculpa,
pedira que ela o aceitasse de volta, que o deixasse voltar a ser aquele, o tal.
Rebaixara-se perante ela, admitindo tudo aquilo que até àquele momento não
tinha corrido bem e o motivo pelo qual falhara vezes a fio. Com as mãos
ensopadas de sangue, tentou tocar-lhe, tentou voltar a sentir o seu cheiro ao
aproximar-se dela, mas, num movimento assustado, Íris afastara-se para junto
dos seus pais, que olhavam tão admirados quanto ela para aquele homem pensado
por todos conhecido que agora olhava como um rapazinho para eles, mais perdido
que nunca.
Íris não sabia o
que fazer, ou o que dizer. Fora dar há uns minutos com o seu tão eterno João,
com uma faca nas mãos e um enorme golpe na barriga, dizendo-lhe que não merecia
viver e que não podia fazê-la feliz, que não podia torna-lhe naquilo que ela
tanto ansiava ser. Tudo aquilo lhe ecoava nos ouvidos como uma canção sem fim,
de terror, com ritmo forte e bem pensado, que não gostava de ouvir nem cantar,
mas que permanecia junto aos ouvidos, até os arrebentar completamente. Estava
estática, agarrada aos pais, pedindo por tudo que ele não voltasse a magoar-se
a si próprio, dizendo-lhe o quanto o amava, falando-lhe do futuro promissor que
ele teria pela frente, nas pessoas que ficariam tristes caso ele fosse para o
Céu cedo demais e da família que eles ainda haviam de construir.
Dito isto, João
dissera-lhe algo que permanecera para sempre na sua mente, até aos seus últimos
dias:
-Soube hoje que
não posso dar-te um filho, que seria e sempre será o fruto do amor. Por isso,
dou-te a maior prova de todas: deixo-te, apesar de te amar, para que encontres
alguém que te possa tornar naquilo que já sei que serás… a melhor mãe do mundo.
o texto está muito bonito. gosto!
ResponderEliminarobrigaaadaaa (:
ResponderEliminarObrigada minha querida! :)
ResponderEliminarTambém gostei muito do teu. (:
gostei da foto (:
ResponderEliminar(tumblr, sigo sempre de volta)
O concurso está agora online.
ResponderEliminarTens duas semanas, até ser anunciado o vencedor.
O link do blog onde está a decorrer o concurso é: http://concurso-amador.blogspot.pt
Desejo boa sorte a todos.
Beiijinho, Mariana Duarte (:
Obrigada fofa e o teu texto esta muito lindo.
ResponderEliminarTinhas razão! =)
Obrigada :)
ResponderEliminarE gostei muito do teu texto!
a divulgação da qualidade do blog.
ResponderEliminarclaro já está (:
ResponderEliminarentão continuas na competição?
ResponderEliminarConsegui visualizar o texto, muito bonito!
ResponderEliminarestá bem (:
ResponderEliminarmuito obrigada, vou seguir porque também gostei imenso do teu blog! beijinhos*
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